ë Tema em destaque: Supervisão e promoção de qualidade educativa: o ponto de vista de educadoras de infância sobre as suas supervisoras

Resumo
"Partindo da constatação emergente de um estudo anterior de que a supervisão pedagógica se revela um factor determinante na qualidade educativa em estruturas para a infância, procurou-se conhecer as perspectivas de um grupo de educadoras supervisionadas sobre as respectivas supervisoras. Parte-se de concepções de supervisão reflexiva crítica para perspectivas de análise institucional e de fortalecimento de poderes pessoais e de auto-realização. Realizaram-se entrevistas individuais e um «focus group» com educadoras de três jardins de infância numa freguesia da área da Grande Lisboa servindo populações carenciadas, tendo-se elaborado processos de análise de conteúdo. Serão apresentados os temas emergentes das entrevistas às educadoras que se cruzarão com os dados das entrevistas às supervisoras. A participação democrática e os mecanismos de construção de cidadania serão ressaltados e as vozes emergentes das entrevistas serão analisadas à luz das perspectivas das mulheres face ao trabalho, à participação e à liderança.

Palavras-chave mulheres e supervisão pedagógica, participação democrática, cidadania.

1. Introdução
Partindo da constatação emergente de um estudo anterior (Vasconcelos et ai, 2002) de que a supervisão pedagógica se revela um factor determinante na qualidade educativa em estruturas para a infância, procurou-se conhecer as perspectivas de três educadoras de infância, com funções de coordenação nos respectivos estabelecimentos, sobre o seu papel enquanto supervisoras. Tomando como ponto de partida as concepções de Alarcão e Tavares (1987) que afirmam que a supervisão pedagógica é o processo em que um professor, em princípio mais experiente e informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional, ampliou-se esta perspectiva de supervisão para incluir perspectivas reflexivas (Alarcão, 1996), críticas (Smith, 1988; Cortesão, 1991) e, mais recentemente, a perspectiva de Sá-Chaves (2000) que preconiza.

«o alargamento da relação didáctica e dual supervisor / supervisando para uma concepção que admite, como princípio, a importância de outros contributos de outras fontes de informação, de outras formas de conhecer, que não se reduzem simplisti-camente à ideia de alguém, que supostamente sabe, poder transmitir o seu saber a alguém que, também supostamente, não sabe» {ibidem: 12).

Entendeu-se a supervisão como um processo emancipatório através do qual os professores são capazes de se apoiar mutuamente e ganhar controlo sobre as suas próprias vidas [...]"

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VASCONCELOS, Teresa.-Supervisão e promoção de qualidade educativa: o ponto de vista de educadoras de infância sobre as suas supervisoras. «Ex aequo», N.º 15 (2007), p. 9-20.